quarta-feira, 27 de dezembro de 2006 1 comentários

"Feliçar"

Arthur da Távola escreveu isto. Eu, enquanto, irmão (bastardo) de letras, só posso concordar... Puxa vida! Por que não pensei nisso antes???? (Arthur, Arthur... Não me leve a mal, mas AMEI seu texto. É uma inveja positiva, tá?... Rogo para que os(as) leitores(as) aqui possam transformar sua idéia numa lição de vida!)


* * *


FELIÇAR

(Arthur da Távola)

Sou eu que faço você sofrer?

Ou é você que sofre por minha causa?

Ou, ainda, é você que sofre por sua própria causa?

Chegar a essa pergunta (leva anos e anos) e é essencial na relação do amor. A resposta demandará muito tempo, sofrimento e, em cada caso, será diferente. Mas, se encontrada, melhorará qualquer relação. Ou constatará o seu término.

Proponho, como exercício, uma atitude de troca. Onde se lê sofrer, leia-se feliçar (eu feliço, tu feliças, ele feliça, nós feliçamos, vós feliçais, eles feliçam).

Por que felicidade não tem verbo?

A pergunta, então ficaria: Sou eu que faço você feliz, ou é você que feliça por minha causa?

Curiosa e masoquista a vida. O verbo sofrer é complicado.

Feliçar é simples. Por que a gente prefere conjugar o sofrer?
quinta-feira, 21 de dezembro de 2006 0 comentários

Feliz Natal!

Bem, não poderia deixar de desejar FELIZ NATAL para todos. E já que faço parte de uma companhia de teatro, nada mais justo que fazer isso "institucionalmente"... (eheheheheh...)

Façam-me um favor, tá?

NUNCA DESISTAM DE SEUS SONHOS!!!!!!!!

Guilherme Ramos
(sonhador profissional)
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Conviver, para depois se relacionar

Por que as pessoas não conseguem acreditar (ou simplesmente estranham) que, entre um homem e uma mulher, existe uma grande diferença entre "conviver" e "se relacionar"? E que ambos, às vezes, possam preferir a experiência do primeiro à emergência do segundo?

Vejo que, dessa forma, muitos corações deixariam de ser partidos. Mas a pressa das (e nas) relações hoje em dia é imperativa. "Ficar" é o verbo. Quer saber? TÔ FORA! Fora mesmo. Não nasci pra isso.


Recebi o texto abaixo de uma amiga muito especial. Talvez ela tenha a mesma opinião que eu (ou sou eu que tenho a mesma opinião dela) e, no seu gesto, tenhamos compactuado opiniões comuns.

Deixo para vocês, leitores, um pouco mais do que estou sentido (e vivendo...). Não quero nada de vocês, apenas... que me deixem sentir...

* * *

Certas Horas

Há certas horas, que não precisamos de um amor.
Não precisamos da paixão desmedida.
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...
Há certas horas, que só queremos a mão no ombro,
o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...
Há certas horas, quando sentimos que estamos para chorar,
que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente,
a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...
Alguém que ria de nossas piadas sem graça.
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo.
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis,
nos seja de uma sinceridade inquestionável...
Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado;
Alguém que nos possa dizer:
"Acho que você está errado, mas estou do seu lado..."
Ou alguém que apenas diga: "sou seu amigo!"
Alguém que possua um coração muito grande,
maior que a sua própria vontade
de ser diferente e que por mais que precise e queira ser,
ouça e olhe nos olhos como se fosse o outro.
Há momentos que não se pode deixar passar
sem um abraço carinhoso e um aperto de mão.
São pequenos detalhes que transformam e
podem acalentar um coração.
Quando a força e a fé nos faltar,
precisamos ter uma alma diferente
daquela que sempre cruza nossos caminhos
e que essa pessoa possa trazer novamente
um sol diferente e um calor gostoso.
Se você acaso puder ser alguém diferente,
seja, não se iluda...
Muitas vezes mais vale um ombro
onde se possa encostar a cabeça
e contar segredos e mágoas,
do que ter um alguém a mais.
Quando você puder ser esse alguém diferente,
acredite, o meu coração ficará feliz,
porque com certeza eu saberei que encontrei
o que sempre procurei...

[Autor(a) desconhecido(a)... Mas MUITO SÁBIO(A)!]
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Primeiro Dia de Verão; Último de Sagitário...

21 de dezembro. Chega, finalmente, o verão. Com o sol, despede-se o nono signo do zodíaco (a qual pertenço), o otimista e sonhador Sagitário, dando espaço à racionalidades de Capricórnio – nada contra, claro! Sou até um cara bem racional.

Parece estranho, mas há 18 anos, nessa mesma data, eu passava por um (quase) "ritual de passagem". Foi quando, adolescente, conheci o que parecia ser o meu destino. E quase foi. Mas, como em qualquer rito desses, muitas outras coisas (boas e más) aconteceram e o jeito foi seguir em frente. E hoje sou o que sou, também, por essas experiências.

Hoje, completa-se mais um aniversário, sempre na despedida do signo solar e na recepção do sol propriamente dito:

É o primeiro dia de verão; último de Sagitário...

(Guilherme Ramos, 21/12/2006, 16h.)
terça-feira, 19 de dezembro de 2006 0 comentários

Pergunta

Perguntaram-me, hoje, se sou poeta.

- Não... - respondi. - talvez um escultor de palavras.

(Guilherme Ramos, 17/12/2006, 23h40)
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Clementine

Ela bebe.
Eu também.
Das mais estranhas e previsíveis coisas.
As músicas,
As poesias,
As prosas,
Os filmes,
As fotos,
E também o álcool.
É meu brilho eterno,
É minha mente; 100 lembranças,
É mulher, é criança.
É um sem-número de coisas
Pra todo mundo.
E adora isso.
E odeia isso.
Queria ser só mais uma na multidão.
Mas não é.
Queira ou não.
Ensina e aprende
Deseja e não se surpreende
Com o que demonstro
Ou não demonstro.
“Demonstrar” seria um verbo
Onde escolhemos revelar
O “monstro” que há em nós?
Porque sempre há um monstro.
E monstros, geram monstros...
Ah! Ela fuma.
Eu não.
Mas quem se importa?
“Ao fumo das Antilhas!”
“À imortalidade da alma!”
(Não é, Azevedo?)

(Guilherme Ramos, 17/12/2006, 21h59)
domingo, 17 de dezembro de 2006 0 comentários

Homenagem à Vida

Caros amigos,
Hoje quero prestar uma homenagem a uma amiga minha, a escritora Viviane Araújo (Vida). Seu blog (http://viverepreciso.blogspot.com/) é um prato cheio para os apreciadores da boa literatura brasileira. Aquela literatura prazerosa, misto de ler, degustar e transcender. Foi a Internet quem nos apresentou. Se dependesse apenas da geografia, isso jamais seria possível. Ela é carioca; eu, alagoano. Mas a paixão pelas letras é comum. Por isso, quero que vocês conheçam essa talentosa profissional, primeiro aqui, depois, em seu blog. E aproveitem cada segundo. Suas palavras viciam positivamente (melhor dizer, “encantam”), porém acabam. E você vai querer sempre mais. Foi assim comigo. Com vocês não será diferente.
O texto a seguir, tocou meu coração por motivos óbvios. E espero que toque o de vocês também.
* * *
Sobre o que nunca foi dito


(Viviane Araújo)


Dentre todas as frases, há uma que nunca falei para ninguém. E não me refiro ao tão banalizado “eu te amo”, presente em tantas bocas que se beijam, mas não se bastam. Nem tampouco ao profético “você é o homem da minha vida”, reproduzido por aqueles que acreditam que é possível determinar o protagonista antes, sequer, de iniciar a história.
Refiro-me a tão sutil leveza de um singelo: cuida de mim. Frase esta intocada, que guardo longe de toda e qualquer mazela para fazer-se melodia apenas em ouvidos muito especiais.
Cuida de mim. Cuida de mim não porque eu não possa fazê-lo sozinha, mas porque eu não quero mais que seja assim. Não porque eu precise, mas porque eu desejo. Não porque eu seja frágil, mas porque em teus braços sou mais forte.
Cuida de mim não com a cobrança de um pedido, mas com a urgência de uma entrega. Porque deixar-se ser cuidada por alguém é se entregar.
(postado por Vida às 6:30 PM em Oct 15 2006)
* * *
Foi engraçado a "Vida" dizer isso (com o perdão do trocadilho...).
Não tinha pensado, mas no meu medo de dizer "eu te amo" (toda vez que digo isso, alguma coisa ruim acontece... cedo ou tarde... Ah! deixa pra lá!) jamais pensei que a tal frase "cuida de mim" seria até mais importante. E é. Pelo menos, agora.
Hoje você me fez abrir um pouco mais meus olhos. E ver o quanto sou frágil de tão forte. Poético, né? Mas tão concreto quanto fibrocimento, pré-moldados em geral.
Sou assim, um turbilhão de sensações que, mesmo como um estudioso do comportamento humano (sou ator, diretor, dramaturgo, enfim, humano também), não me entendo (completamente) em momento algum.
Eu sentia vontade de dizer uma frase diferente do tão inseguro "eu te amo". E hoje sei que frase é essa. Graças a você.
Mas, assim como você, eu a deixarei guardada em meu peito, à espera de "ouvidos muito especiais"...
Obrigado por você existir, amiga.
Obrigado mesmo.

E não pare nunca de escrever!

(Guilherme Ramos)
sábado, 16 de dezembro de 2006 0 comentários

Procura-se um anjo...

Os anjos são tão somente homens em sua presença. Não estão livres da eterna tentação - e nem querem estar - eles te amam.

(Guilherme Ramos)
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Simplicidade

Se as melhores coisas da vida são simples, por que não as pessoas?

(Guilherme Ramos)
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006 2 comentários

28, 05, 12.

28, 05, 12...
O têm esses números?
Não são (todos) pares...
Não são (todos) ímpares...
Não são (todos) primos...
Pra falar a verdade, nem sei se são "parentes"!
(Nessa hora, uma gargalhada ecôa em minha mente)
Desculpem, perdi a compostura...
(Outra gargalhada. Dessa vez, bem mais longa e com reverb)
Sou assim mesmo (nessa poesia) inconsequente.
Só sabe o segredo, quem o provou com vinho tinto.
Doce, suave, gelado...
Bem acompanhado.
28, 05, 12...
Sempre nessa seqüência.
28, 05, 12...
Nunca diferente.
28, 05, 12...
O têm esses três números?
Herméticos.
Somente para iniciados.

(Guilherme Ramos, 13/12/2006, 21h59)
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72 Horas...

72 horas.
Foi o tempo que levei para escutar sua voz novamente.
Onde, aparentemente, houve um silêncio ensurdecedor,
Também houve muitas coisas boas que, talvez,
Enquanto estávamos colecionando más notícias,
Não as tenhamos percebido... Mas nos perdido.
O fim de semana foi de sol.
(Como poucos foram) Lindo (e quente!)
Mas choveu de madrugada...
E veio o cheiro de terra molhada...
E aquele friozinho gostoso, que pedia você...
E seu perfume, no travesseiro,
Também pedia mais de sua presença.
Caiu o primeiro dente de leite do meu sobrinho
(Ritos de passagem...)
Ele, agora, deixa de ser "criança", né?
Ah! E a mãe dele passou no vestibular!
(Mais um rito de passagem...)
Por falar em "mãe", a minha comprou condimentos,
À espera de mais uma "intervenção gastronômica" sua;
E Ricky (o gato) – desaparecido há meses - não apareceu,
Mas seus filhotes foram vistos nas redondezas... (lindos!)
Eu escrevi mais poesias...
Eu escrevi mais pensamentos...
Eu pensei em mais contos...
Eu tive mais (bons) sonhos...
Eu pensei em você (todos os dias)
E tantas outras coisas
(também boas)
Aconteceram...
Em 72 horas...
(4.320 minutos...)
(259.200 segundos...)
Que levei para escutar você novamente...

(Guilherme Ramos, 13/12/2006, 15h55)
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Trouvaille*

Três terças-feiras tornaram-se
Tudo o que tivemos.
Totalmente tomados pelo teor
De nossas teses, tentamos ver
Na televisão, toda a técnica de Tarantino.
No tocante à teatralidade,
Temíveis foram as tendências.
Todos torciam (contra?) terrivelmente.
Tensões à parte, tendíamos à
Ternura do temperamento (meu e teu).
Tentações à parte, tentei me conter.
Nesse teste, obtivemos o tentável.
Tenros momentos? (Não...)
Terremoto nos teus sentimentos.

(Guilherme Ramos, 13/12/2006, 17h19)

(*) Do francês, "descoberta feliz; idéia espirituosa; achado".
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"Moraes" da História...

Que me desculpem as burras, Sr. Vinicius, mas inteligência, sim, é fundamental!

(Guilherme Ramos)
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Dor

Cada dor é sentida
na sua real (e merecida)
intensidade máxima.

(Guilherme Ramos)

(Espero que você, leitor(a), tenha as menores dores possíveis... Se, claro, não puder evitá-las!)
sábado, 9 de dezembro de 2006 1 comentários

Gelo em Chamas

Nunca pensei que, com o tempo, as pessoas pudessem se tornar tão amargas. Angústias, decepções, tristezas, irritações... Por que tanta coisa precisa acontecer conosco? Por que tanta coisa ruim acontece às pessoas (ditas) boas?

Seríamos, nós, conseqüências disso tudo? Bem, fenotipicamente, sim. Mas e nossa (boa) carga genética? Nossos “dons” naturais? Nada valem? Nada contribuem para o nosso bem-estar? Há controvérsias.

Fora a miopia que me persegue desde pequeno (e eu só a descobri em 1987), os dentes tortos (herança de meu pai) e uma ou duas coisinhas irritantes, minha genética só me deu alegrias.

Mas a experiência que a vida me proporcionou nesses 34 verões (ou seriam 34 outonos? – bom, não foram nem primaveras, nem invernos, ao menos), teria me matado de tristeza em muitos aspectos. E, assim, as lamúrias vem e vão como água do mar: salgada e torrencialmente.

Sinto-me, às vezes, um iceberg vagando pelo oceano. Frio, pesado, perigoso... à deriva. Mas apenas sua extremidade é visível. Por baixo d´água, é onde mora o perigo: uma enorme e maciça massa submersa a espera de um incauto navegante. Uma tragédia potencial. Um risco de aproximação.

Entretanto, como qualquer iceberg, nem por isso, estou à vista. Sou apenas um inocente bloco de gelo no mar. Gelo esse, que poderia muito bem acompanhar um uísque, uma vodka, ou qualquer bebida destilada (para os cultos); quente, para mim.

“Gelo em chamas”, eu sou. E não tente me entender. Você pode se apegar a mim, gostar de mim, mas nunca vai me conhecer realmente. Não que eu não queira. Nem EU me conheço de fato. Infelizmente, claro. Tenho um certo domínio sobre mim. Isso é importante para não me tornar anti-social, ou um “porre de galocha”. Melhor diria, se usasse o termo “ressaca de galocha”, porque um “porre” de vez em quando é bom.

E nessa frieza latente, fico sorridente, à vista das pessoas. Como o tal iceberg, à deriva no mar (de relacionamentos). Sou belo, se admirado com cuidado. Perto demais eu posso machucar. Por incrível que pareça. É, eu também sei fazer isso. É fácil ser difícil.

Se estou sempre sorrindo, sorte sua, pois ninguém merece conhecer meu mau-humor. Nem eu mesmo me suporto. E desejar isso a você seria, no mínimo, descortês. Por isso, mesmo triste, irritado, tento ser “simpático”. Isso é difícil. Passível de falhas. Mas eu acho que consigo. Por isso você acha que gosta de mim. Pela minha imperfeição. Igual a sua (a perfeição é um saco).

No momento estou assim. E o mundo não precisa saber disso.

Ah! Você me entendeu? Não. Não mesmo. Você apenas leu um texto advindo de um surto criativo, exposto no ciberespaço como uma tatuagem – nem sempre tão agradável.

Chamam de “blog”.

Eu bem que poderia chamar de ficção.

Seria isso... ou não?

(Guilherme Ramos)

(Trechos do que eu poderia tornar mais um texto teatral. Mas será que as pessoas precisam de mais “isso” nas suas vidas?)
sábado, 2 de dezembro de 2006 0 comentários

Vivendo uma Experiência Bárbara...

Poesia? Pra quê?
Música? Pra quê?
Pensamentos... em você.
Nenhuma arte conseguirá traduzir o que sinto agora.
Sinto.
Por mim.
Por você.
Por nós.
Sinto muito não ter visto (nem sentido) isso há mais tempo.
Nem poderia, pois seria impossível.
Mundos diferentes girando ao redor de seus sóis...
Dias e noites de rotação, translação e revolução.
Ah! Muita “revolução” aconteceu.
Guerras começaram, outras acabaram...
Pessoas se casaram, outras se separaram...
Assim é o mundo.
O universo conspirador onde vivemos.
Onde queremos estar,
Mesmo que nas fronteiras do sonho.
E esperamos a noite cair pra nos entregar ao senhor dos desejos humanos...
Morpheu, meu amigo inseparável...
Mostra-me o caminho para esse coração.
Você que o conhece tão bem de suas noitadas insanas.
Das horas de sonho bom.
Comigo, comigo, comigo...
Três vezes foram... e serão mais que sonhos!
E viver assim só não é melhor que realiza-los.
De certa forma, real ou imaginária,
Eu sou assim.
Você é assim.
Nós somos assim.
E, mesmo que não dê certo,
Eu sei que ela me fez (faz) muito bem.
Isso é o que importa.
Quando o amor lhe bate à porta,
Abra (não seja teimoso)
O resto - real ou não - realmente se suporta.
E, acredite: é uma experiência bárbara...

(Guilherme Ramos)
 
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