domingo, 17 de dezembro de 2006

Homenagem à Vida

Caros amigos,
Hoje quero prestar uma homenagem a uma amiga minha, a escritora Viviane Araújo (Vida). Seu blog (http://viverepreciso.blogspot.com/) é um prato cheio para os apreciadores da boa literatura brasileira. Aquela literatura prazerosa, misto de ler, degustar e transcender. Foi a Internet quem nos apresentou. Se dependesse apenas da geografia, isso jamais seria possível. Ela é carioca; eu, alagoano. Mas a paixão pelas letras é comum. Por isso, quero que vocês conheçam essa talentosa profissional, primeiro aqui, depois, em seu blog. E aproveitem cada segundo. Suas palavras viciam positivamente (melhor dizer, “encantam”), porém acabam. E você vai querer sempre mais. Foi assim comigo. Com vocês não será diferente.
O texto a seguir, tocou meu coração por motivos óbvios. E espero que toque o de vocês também.
* * *
Sobre o que nunca foi dito


(Viviane Araújo)


Dentre todas as frases, há uma que nunca falei para ninguém. E não me refiro ao tão banalizado “eu te amo”, presente em tantas bocas que se beijam, mas não se bastam. Nem tampouco ao profético “você é o homem da minha vida”, reproduzido por aqueles que acreditam que é possível determinar o protagonista antes, sequer, de iniciar a história.
Refiro-me a tão sutil leveza de um singelo: cuida de mim. Frase esta intocada, que guardo longe de toda e qualquer mazela para fazer-se melodia apenas em ouvidos muito especiais.
Cuida de mim. Cuida de mim não porque eu não possa fazê-lo sozinha, mas porque eu não quero mais que seja assim. Não porque eu precise, mas porque eu desejo. Não porque eu seja frágil, mas porque em teus braços sou mais forte.
Cuida de mim não com a cobrança de um pedido, mas com a urgência de uma entrega. Porque deixar-se ser cuidada por alguém é se entregar.
(postado por Vida às 6:30 PM em Oct 15 2006)
* * *
Foi engraçado a "Vida" dizer isso (com o perdão do trocadilho...).
Não tinha pensado, mas no meu medo de dizer "eu te amo" (toda vez que digo isso, alguma coisa ruim acontece... cedo ou tarde... Ah! deixa pra lá!) jamais pensei que a tal frase "cuida de mim" seria até mais importante. E é. Pelo menos, agora.
Hoje você me fez abrir um pouco mais meus olhos. E ver o quanto sou frágil de tão forte. Poético, né? Mas tão concreto quanto fibrocimento, pré-moldados em geral.
Sou assim, um turbilhão de sensações que, mesmo como um estudioso do comportamento humano (sou ator, diretor, dramaturgo, enfim, humano também), não me entendo (completamente) em momento algum.
Eu sentia vontade de dizer uma frase diferente do tão inseguro "eu te amo". E hoje sei que frase é essa. Graças a você.
Mas, assim como você, eu a deixarei guardada em meu peito, à espera de "ouvidos muito especiais"...
Obrigado por você existir, amiga.
Obrigado mesmo.

E não pare nunca de escrever!

(Guilherme Ramos)

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