segunda-feira, 31 de dezembro de 2007 0 comentários

A Cúmplice

É, eu "menti" (rssss...). Essa, sim, é minha ÚLTIMA postagem de 2007.

Feliz 2008!

E que possamos encontrar nossos desejos... em 2008. Fica, aqui, um dos meus. Básico, né?

Fuuuui!


* * *

A Cúmplice
(Juca Chaves)

Eu quero uma mulher
Que seja diferente
De todas que eu já tive
Todas tão iguais
Que seja minha amiga
Amante e confidente
A cúmplice de tudo
Que eu fizer a mais...

No corpo tenha o Sol
No coração a Lua
A pele côr de sonho
As formas de maçãs
A fina transparência
D'uma elegância nua
O mágico fascínio
O cheiro das manhãs...

Eu quero uma mulher
De coloridos modos
Que morda os lábios sempre
Que for me abraçar
No seu falar provoque
O silenciar de todos
E seu silêncio obrigue
A me fazer sonhar...

Que saiba receber
Que saiba ser bem-vinda
Que possa dar jeitinho
Em tudo que fizer
Que ao sorrir provoque
Uma covinha linda
De dia, uma menina
À noite, uma mulher...

Menina! Mulher!
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Ano Novo

Bem, esse texto abaixo (é, eu tô em baixa nesses últimos dias... Não tenho escrito nada...) foi enviado por Gisela Barros (essa é minha IRMÃ de longas datas...). Valeu, Lelinha! E acredito que isso encerra meu 2007.

Pelo menos por aqui. Acho que vou refletir sobre isso.

FELIZ 2008!!!!!!!!!!


* * *

Dentro de alguns dias estaremos no último dia do ano de 2007.... e depois da meia-noite, virá o Ano-Novo....
O engraçado é que - teoricamente - continua tudo igual... Ainda seremos os mesmos.
Ainda teremos os mesmos amigos, alguns o mesmo emprego, o mesmo parceiro, as mesmas dívidas (emocionais e/ou financeiras).
Ainda seremos fruto das escolhas que fizemos durante a vida.
Ainda seremos as mesmas pessoas que fomos este ano...
A diferença, a sutil diferença, é que quando o relógio nos avisar de que é meia noite, do dia 31 de dezembro de 2007, teremos uma ano in-tei-ri-nho pela frente!
Um ano novinho em folha! Como uma página de papel em branco, esperando pelo que iremos escrever.
Um ano para começarmos o que ainda não tivemos força de vontade, coragem ou fé...
Um ano para perdoarmos um erro, um ano para sermos perdoados dos nossos...
365 dias para fazermos aquilo que quisermos...
Sempre há uma escolha e exatamente por isso, eu desejo que os meus amigos façam as melhores escolhas que puderem.
Desejo que sorriam o máximo que puderem.
Cantem aquilo que quiserem.
Beijem muito.
Amem mais.
Abracem bem apertado.
Durmam com os anjos. Sejam protegidos por eles.
Agradeçam por estarem vivos e terem sempre mais uma chance para recomeçar.
Agradeçam as suas escolhas, pois certas ou não, elas são suas. E ninguém pode ou deve questioná-las.
E eu gostaria de agradecer aos amigos que eu tenho.
Aos que me "acompanham" desde ha muito tempo.
Aos que eu fiz este ano.
Aos que eu escrevo pouco, mas lembro muito.
Aos que eu escrevo muito e falo pouco.
Aos que moram longe e não vejo tanto quanto gostaria.
Aos que moram perto e eu vejo sempre.
Aos que me "seguram", quando penso que vou cair.
Aos que eu dou a mão, quando me pedem ou quando me parecem um pouco perdidos.
Aos que ganham e perdem.
Aos que riem e choram. Aos que me parecem fortes e aos que são fortes.
Aos que me parecem anjos, mas estão aqui e me dão a certeza de que existe algo de divino neste mundo.
Porque ninguém seria um anjo na vida de outra pessoa, se não tivesse uma centelha divina dentro de si.
Obrigado por fazerem parte da minha história, da minha vida!
Espero que 2008 seja um ano bem mais feliz, amoroso e próspero!
E QUE DEUS LHES ABENÇOE HOJE E SEMPRE!!!
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007 0 comentários

Passou

Foi um poeta amigo meu (Nilton Rezende) quem me enviou essa crônica. Sim, ele tem razão por adorá-la. Ainda vou escrever assim. Rsss...

E como não postei nada no Natal (e nem sei se farei isso no Ano Novo)...

Lá vai!

Boa leitura!

PASSOU

O ano passou. Não sei se vós, leitor amigo, ou vós, distinta leitora, o passastes bem. Eu, como já passei muitos, os tenho passado de todo jeito, e ainda hoje esse segundo que vem depois da meia-noite me perturba. Já passei ano só, em terra estranha, ou, o que é mais amargo, na minha; ou andando como um tonto na rua ou afundado num canto de um bar ruidoso; tentando inutilmente telefonar; dormindo; com dor de dente. E quando digo de todo jeito estou dizendo também de jeito feliz, entre gente irmã ou nos braços de algum amor eterno - braços que depois dobraram a esquina do mês e da vida, e se foram, oh! provavelmente sem sequer a mais leve mágoa nos cotovelos, apenas indo para outros braços.

Passam os anos, passam os braços; mas fica sempre, quando a terra dá outra volta em si mesma, essa emoção confusa de um instante. Conheço pessoas que fogem a esse segundo de consciência cósmica, afetando indiferença, indo dormir cedo - como se não estivessem interessadas em saber se esta piorra velha deste planeta resolveu continuar girando ou não. É singular que entre tantas festas religiosas e cívicas nenhuma chegue a ser tão emocionante e perturbe tanto a humanidade como esta, que é a Festa do Tempo. É como se todos estivéssemos fazendo anos juntos; é o Aniversário da Terra.

Se a alma estremece diante do Destino, o espírito se confunde; reina uma tendência à filosofia barata; vejam como eu começo a escrever algumas palavras com maiúsculas, eu que levo o ano inteiro proseando em tom menor, e mesmo o nome de Deus só escrevo assim para não aborrecer os outros, ou para que eles me não aborreçam.

Já ao nome do diabo, não; a esse sempre dei, e dou, o “d” pequeno, que outra coisa não merece a sua danação. A ele encomendamos o ano que passou e a Deus o Novo. Que vá com maiúscula também, esse Novo; fica mais bonito, e levanta nosso moral.

E se entre meus leitores há alguma pessoa que na passagem do ano teve apenas um amargo encontro consigo mesmo, e viveu esse instante na solidão, na tristeza, na desesperança, no sofrimento, ou apenas no odioso tédio, que a esse alguém me seja permitido dizer: “Vinde. Vamos tocar janeiro, vamos por fevereiro e março e abril e maio, e tudo que vier; durante o ano a gente o esquece, e se esquece; é menos mal. E às vezes, ao dobrar uma semana ou quinzena, às vezes dá uma aragem. Dá, sim; dá, e com sombra e água fresca. E quem vo-lo diz é quem já pegou muito no sol nos desertos e muito mormaço nas charnecas da existência. Coragem, a Terra está rodando; vosso mal terá cura. E se não tiver, refleti que no fim todos passam e tudo passa; o fim é um grande sossego e um imenso perdão.”

(Rubem Braga, em “A borboleta Amarela”. Rio, Janeiro de 1952)
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007 1 comentários

Tempo e Vento

O Amor só vem com o tempo.
Paixão? Ah!... Se vai com o vento!

(Guilherme Ramos, 19/12/2007, 22h25)
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007 0 comentários

T.P.M.

Uma "homenagem" às Têpêêmicas fêmeas amigas minhas e suas "terríveis" fases minguantes...

(sem machismos, tá? Pedi ajuda a uma amiga minha, Nadja Waleska, que sabe muito bem do que estou falando...)

VALEI-ME!
(Rsssss............)


* * *

Ela, hoje, vai bater em alguém...
eu sinto.
muito sinto,
se você não quiser entender.
tem pra quê?
ou porquê?
sendo assim é melhor você
não estar no seu caminho
(você pode se ferrar sozinho)

Não insista, não repita,
Não contrarie essa condição
Não cobre nada disso,
Nem peça satisfação...

Quando ela CHEGA, a Terra toda treme!
Eu falo sério, amor! Tá TPM!
Quando ela FALA, a Terra toda treme!
Eu falo sério, amor! Tá TPM!
Quando ela SURTA, a Terra toda treme!
Eu falo sério, amor! Tá TPM!
Quando ela SANGRA, a Terra toda treme!
Eu falo sério, amor! Tá TPM!

Aos homens, um interessante exercício
de sensibilidade, é esse momento observar.
Se ela não te atender, relaxe, dê uma volta.
Mas não tente o “rediscar”.

A natureza não lhe permite estar
No tempo de um instante, da fibra ótica,
Mas numa outra – e mais alta – conexão...
Se você insistir (ihhhhhh...) em conversar
Não é uma idéia – em nada – ótima!
É mais seguro bater em um carro na contramão!

Quando ela CHEGA, a Terra toda treme!
Eu falo sério, amor! Tá TPM!
Quando ela FALA, a Terra toda treme!
Eu falo sério, amor! Tá TPM!
Quando ela SURTA, a Terra toda treme!
Eu falo sério, amor! Tá TPM!
Quando ela SANGRA, a Terra toda treme!
Eu falo sério, amor! Tá TPM!
Tá, tá, tá, tá... tá TPM!
Tá, tá, tá, tá... tá TPM!
Tá, tá, tá, tá...
Tá, tá, tá, tá...
Tá, tá, tá, tá...
Tá TPM!!!!!
(Tá, Tá Puta Mesmo...)

(Guilherme Ramos/Nadja Rocha, 01 a 07/02/2007)
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Encontro

É, estou nostálgico hoje... Rssss...
Mas é bom.
Pelo menos estou alimentando meu blog (como faz tempo que não faço).
Espero que você, leitor(a)... aproveite, porque não sei até quando vai durar essa "inspiração transpirativa"!


* * *

Para seu desejo, morangos
Para mim, alegria
Para seu sono, meias (com dedinhos!)
Para seu coração, poesia

Para sua alma, música
Para aquecer você, chazinho
Para proteger você, Santa Bárbara,
Todo o meu carinho

Para o almoço, restaurante chinês
Para o jantar, vinho francês
Para nós dois, relógio sem hora

Fica, então, encontro marcado
Nada pode (e nem vai) dar errado
Que esperamos? Vamos embora...


(Guilherme Ramos, 22/11/2006, 09h47)
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Estranho

Só publiquei hoje, mas... Faz um teeeeeempo que isso aconteceu...
Evoluí, hein?
EVOLUÍ!
(Tá vendo? A gente sempre ri do que nos acontece... Bem ou mal... Ri! Ri! Riiiiiiiiiiiiii!... Rssss.....)

* * *

Hoje eu acordei estranho.
Não sei se “estranho” é a palavra certa.
Mas não acordei normal.
Bem, pelo menos não para os padrões de “normalidade”...
Humor instável, sujeito a trovoadas aqui e ali.
Foi um dia difícil. Não conseguia me concentrar em nada.
E, por mais que tentasse, não parava de pensar em...
Em... Em... Hein? Ah!
Bom, isso é outra coisa.

(Guilherme Ramos, 12/12/2006, 00h23)
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Pra Sempre

O que houve conosco foi como um sonho... que vem.... e vai. E a única coisa que podemos fazer... é lembra-lo para sempre. E só.

(Guilherme Ramos, 05/11/2007)
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Quinzes

Ela desceu "do 15"
E voltou "aos 15".
(Quisera poder fazer isso sempre que tivesse vontade...)

(Guilherme Ramos, 13/12/2007, 21h)
domingo, 9 de dezembro de 2007 0 comentários

A Bússola de Ouro

Bem, todos sabem que adoro filmes de fantasia. Fica aí uma dica!

Clique aqui e assista ao trailer (playarte.com.br). A definição não é lá essas coisas, mas dá pra ter uma idéia legal da história.

Clique aqui e veja algumas imagens do filme (interfilmes.com).

Clique no poster e visite o site oficial. Acredite: vale a pena!

Abraços!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007 1 comentários

Apenas Mais Uma de Amor

No coments.
Not yet.
Let's music...
Let's feeling...

* * *

Apenas Mais Uma De Amor
(Lulu Santos/Nelson Motta)

Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido

Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer

Eu acho tão bonito
Isto de ser abstrato baby
A beleza mesmo tão fugaz

É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido

É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
E eu vou sobreviver...
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
sexta-feira, 30 de novembro de 2007 0 comentários

Trinta e Cinco

Ainda não sei o que escrever.
Ainda é novembro e PRECISO escrever.
Novembro. E o que me lembro?
Deixe-me ver, deixe-me ver...
***

Você ora em minutos; eu minuto em segundos.
"Trinta e cinco"...
... surpresas me ANIMARAM
... decepções me ocorreram
... desculpas me FALARAM
... humores se excederam
... problemas me ESTRESSARAM
... soluções me socorreram
... tragédias me CHOCARAM
... comédias aconteceram
... beijos, me ROUBARAM
... abraços me aqueceram
... motivos me ASSUSTARAM
... lágrimas escorreram
... verdades me ENGANARAM
... mentiras me convenceram
... argumentos me INSPIRARAM
... equívocos comprometeram
... rostos me ENCANTARAM
... fatos me sucederam
... corpos se MOSTRARAM
... vezes se esconderam
... verões me ACORDARAM
... invernos me adormeceram
... outonos me DESFOLHARAM
... primaveras me reviveram
... amores se ACABARAM
... amigos se perderam
... sonhos se TORNARAM
... projetos (que aconteceram)
... imagens me CEGARAM
... anjos me protegeram
... atos me CONDENARAM
... santos me acolheram
... segundos...
... minutos (horas e horas...)
... anos se PASSARAM.
(E eu ainda estou “inteiro”)

(Guilherme Ramos, 29 e 30/11/2007, 18h06)
terça-feira, 23 de outubro de 2007 1 comentários

Insônia


Espetáculo teatral homenageia Graciliano Ramos no mês de seu aniversário
Insônia foi o único espetáculo premiado em Maceió com o Prêmio BNB de Cultura edição 2007.
A obra Insônia, do autor alagoano Graciliano Ramos, adaptada por Guilherme Ramos e encenada pela Cia Teatro da Meia-Noite, será apresentada nos dias 25, 26 e 27 de outubro, às 20 horas, no Teatro SESC Jofre Soares, no SESC Centro. Dia 28, às 19 horas, o grupo passa pela cidade de Quebrangulo e dia 29, às 19 horas, a peça é encenada no SESC Ler, em Palmeira dos Índios. O valor dos ingressos é R$ 2 mais um quilo de alimento não-perecível ou R$ 4. No interior, entrada franca.
Apenas dois projetos foram premiados em Alagoas com o Prêmio BNB de Cultura – Categoria artes cênicas, edição 2007, sendo Insônia, um deles. Além do apoio cultural do SESC Alagoas, a peça é patrocinada também pelo Governo Federal.
A exposição da obra em outros pontos do estado foi uma maneira encontrada pelo grupo de homenagear os 60 anos do lançamento do primeiro livro de contos do escritor Graciliano Ramos, assim como homenageá-lo em seu mês de aniversário.
O objetivo da Companhia é contribuir para o enriquecimento cultural do Estado e estimular a leitura, fazendo com que estudantes e o público em geral conheçam mais as obras do alagoano, considerado um dos melhores escritores da literatura brasileira.
Publicada pela primeira vez em 1947, a obra mostra um único personagem que narra, em primeira pessoa, delírios que o fizeram despertar. Durante a noite, a dúvida obsessiva entre um "sim" e um "não" (simbolizados por Graciliano como o tic-tac dos relógios) que o atordoa e o confunde, frustrando a vontade de dormir.

Cia. Teatro da Meia-Noite

Fundada em 2001, a Cia acumula prêmios com alguns espetáculos, como o espetáculo Barca do Inferno, que ganhou o Prêmio Funarte Myriam Muniz de Teatro 2006. Cinco Para o Cadafalso, adaptação livre de Noite da Taverna, de Álvares de Azevedo (1831-1852) foi aprovado pelo Ministério da Cultura (Lei Rouanet) e aclamado pela crítica local como a maior produção teatral alagoana de 2002.
O grupo viajou também para outros estados, como Ceará, São Paulo e Paraíba, com a peça Paixão do Riso, que estreou em 2003 e mantém o mesmo elenco. O espetáculo foi apresentado para mais de 50 mil pessoas.
Em 2004, tornou-se “Ponto de Cultura” (Circo-Escola de Incentivo às Artes, C.E.I.A.), através do Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura, trabalhando com jovens alagoanos em situação de vulnerabilidade social. O resultado foi o espetáculo A Involução do Homem (Da Pré-História ao Século XXI), cujo elenco é composto por cerca de 70 alunos-atores.

Serviço

Espetáculo Insônia.
Período: 25, 26 e 27 em Maceió, 28 em Quebrangulo e 29 em Palmeira dos Índios.
Local: Teatro SESC Jofre Soares, local a ser definido e SESC Ler, respectivamente.
Horário: 20h em Maceió e 19h em Quebrangulo e Palmeira dos Índios.
Ingresso: R$ 2 + 1kg de alimento ou R$ 4. No interior, entrada franca.
Mais informações: 3326-3133.
segunda-feira, 3 de setembro de 2007 1 comentários

Sexo é bom, mas...

Sexo é bom, mas...
Dura pouco.
E, menos ainda,
O relacionamento que é baseado (apenas) nele.
Pena.
Sexo é bom.
Mas...
Dura pouco.
Dura (apenas)
O tempo de um gozo.
(talvez "dois").
É,
Bom,
Mas,
Dura...
Pouco.
E eu gosto do que "rende".
"Muito". Nunca "pouco".
Seja "sexo" ou "relacionamento".

(Guilherme Ramos, 03/09/2007, 01h12)
segunda-feira, 20 de agosto de 2007 1 comentários

Separação

Ele era do tipo de pessoa “só”.
Cercada de gente, claro, Mas... só.
Explico: “Acostumado com separações”.

Seus avós, moravam juntos...
(Mas viviam separados)
Dormiam em dois quartos.
(Isso devia ser muito chato)

Seus pais são separados.
(isso, sim, foi muito chato)

E ele... Bem,
Viveu a adolescência inteira
Separando-se aqui e ali...
(Nem sempre de vez em quando)
De namoradas que (sequer) existiam.

Enfim, fim.
Amou muito;
Amou demais.

E como um espelho,
Só restou ao fedelho
Uma “reflexão”:

Separação
Separar são
Separar ação
Se parar a ação...


(Guilherme Ramos, 28/07/07, 10h30; concluído em 20/08/07, 22h54)
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Conjugando o Amar

Não vou dizer (quase) nada. Não precisa. Simone Salles diz tudo. Quero deixar registrado, apenas, que graças a minha amiga-gata-maracajá Luciana Pessoa, essa "pérola literária" pôde ser postada neste blog. Obrigado, Lu!

Boa leitura!

Ah! Eu também "Amo-Amando" (apesar de tudo...)

Bem, é isso.

* * *

(por: Simone Salles)

Eu amo. Tu amas. Ele ama. Nós amamos. Vós amais. Eles amam. Amar é isso. Verbo a ser conjugado em todas as pessoas, mas num só tempo: o presente do indicativo. Jamais no passado. Nunca no futuro. Sejam quais forem as formas de conjugação. Muito menos no condicional. Subjuntivo e particípio devem ser banidos. Ideal mesmo é conjugar Amar, sem pudor, valendo-nos do gerúndio. Amando. Assim - simples, nominal, verdadeiro. O verbo-sentimento Amar basta a si mesmo. Dispensa complementos, prescinde de adjetivos.

Amar é tudo. Verbo-sentimento sublime. E, por ser assim, não deve ser dito levianamente. Sagrado, merece reverência. Nada de usá-lo indevidamente, como bordão ou gíria. Sacrilégio incluí-lo numa frase banal, prosaica. Amar não é modismo, independe de tendências e estações. É perene. Âmago do ser. Imprescindível ao Homem. Dói-me a alma ouvir um "Amo esse carro", "Amo essa roupa", "Amo esse móvel". Só ímpios cometem tais blasfêmias! Para esses rogo por clemência, tornando minhas as palavras Dele. "Pai perdoai-os. Eles não sabem o que dizem".

"Amar, verbo intransitivo", disse Drummond em um de seus mais lindos poemas. Certo. O verbo é intransitivo. O sentimento, porém, é transitivo e transigente. Amar-Amando é a reciprocidade, tácita, de concessões e renúncias. Quem ama cede e concede. Releva. Perdoa. Porque o Amar-Amando é obra edificada sobre carícias de "deixa p'rá lá", "esquece", "não liga", "não foi nada", "tudo bem". Frases sussurradas em meio a sorrisos ternos, sinceros. Amar-Amando é doação. É cumplicidade. Entrega deliberada e consciente. Portanto, não cabe cobranças ou imposições. Sob pena de ceifar do verbo-sentimento seu significado mais profundo, não é recomendável conjugá-lo no imperativo afirmativo.

Quem Ama-Amando não ordena. Não determina. Não manieta. Não obriga. Não avilta. Não violenta o amado, ao recusar-lhe o direito de ser o que é, como é. Quem Ama-Amando respeita. Admira. Compreende. Amar-Amando não é subserviência. É aquiescência. Não é anulação. Não é invalidação de si próprio ou do outro. É reconhecer defeitos e virtudes, sem constranger o parceiro a tornar-se a materialização de utopias amorosas ou fantasias neuróticas de perfeição. Amar-Amando é a aceitação plena do indivíduo que amamos. É a permanente e silenciosa busca do equilíbrio, do encontro, do consenso - mesmo que utópico. Amar-Amando subverte até a aritmética. A soma de 1 + 1 terá sempre como resultado o número 3. Pois é absolutamente necessária a plenitude do eu e do tu para que o nós exista.

Peca quem, na tentativa equivocada e vã de agradar o amado, abdica de sua individualidade. Criminoso quem se arvora em deus e tenta - algumas vezes com sucesso, pois abusa da fragilidade alheia - transformar o outro na personificação de seus desejos. Ao conseguir seu intento, desama e renega a própria criação. A criatura, por sua vez, num súbito lampejo de consciência, ao desconhecer-se, desama e despreza o criador. É o assassínio bárbaro do Amar. Crime brutal. Hediondo. Sem direito à regalia ou indulto. Como amar e ser amado-respeitado pelo outro se não amamos-respeitamos a nós mesmo e ao outro? Tão fácil, mas superficial e falso, é Amar por causa-de. Difícil, mas verdadeiro, é Amar apesar-de.

Apesar de discordarmos quando o tema é polêmico. Apesar de irritarmo-nos com a forma, intempestiva ou excessivamente cautelosa, com que ele age em momentos decisivos. Apesar de diferirmos no modo como demonstramos esse amor - um é silêncio e gestos, o outro é palavra e dengo. Apesar de divergirmos nos gostos - um quer Almodóvar, o outro prefere Tarantino; um quer comida italiana, o outro prefere sushi. É não fazermos perguntas desnecessárias, nem anteciparmos respostas. E, sobretudo, apesar de não gostarmos de certas peculiaridades do amado. Mas compreendermos, que elas são partes indissociáveis dele. E é justamente esse conjunto, que o torna tão especial para nós, único dentre os bilhões e bilhões de humanos que povoam o planeta. Amar-Amando é isso: respeitar as diferenças e permitir que as semelhanças sobressaiam.

O gostoso de Amar-Amando é sentirmos prazer nas coisas mínimas. Vermos poesia nos fatos e gestos triviais do cotidiano. Sermos tomados por uma alegria calma ao ouvir seus passos. Intuirmos seus movimentos e ter a alma invadida por uma indefinível sensação de paz. Ignorarmos os traços assimétricos de seu rosto e descobrirmos beleza no jeito como arqueia as sobrancelhas, numa muda interrogação. Sermos seduzidos, diariamente, pela forma como ele se move pelo mundo. Encantarmo-nos com seu modo - para nós, especialíssimo - de acender o cigarro e expelir a fumaça. Conhecermos seu hábito de correr os dedos pelo cabelo. E, mesmo assim, surpreendermo-nos com a beleza mansa do trejeito, a cada vez que o gesto se repete. É ouvirmos o que diz quando cala e o que não diz quando fala.

Amar-amando passa sem a presença física do Amado, pois sua imagem está impressa na lembrança. Sem ser obsessão, é para ele o primeiro pensamento do dia e a última oração da noite. É pularmos da cama felizes apenas por saber que ele existe e vive. Perto ou longe. Que importa? É flutuarmos sem tirar os pés do chão. É termos a cabeça nas nuvens, sem com isso perdemos a perspectiva da realidade. Sentirmo-nos plenos, absolutos, diante de tudo e de todos. É acreditarmos, mesmo que as circunstâncias digam o contrário, que há sempre solução para os problemas. E que, para alcançarmos o que desejamos, basta perseverar. É ter uma inabalável fé Nele, em nós, na Humanidade. Amar-Amando é a ausência de expectativas mirabolantes. É obter satisfação no sentir pelo sentir. É saborearmos a felicidade em pequenas doses diárias. Homeopáticas. Terapêuticas. Revigorantes. Enfim, é estar de bem com a Vida e amá-la sem restrições.

Confesso: eu Amo. Amo-Amando.

Como admitiu Vinícius de Moraes, em "Escravos da Alegria":

- Se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em pleno carnaval.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007 0 comentários

Insomnia

Alguns devaneios de Guilherme Ramos e Lima Neto, dia 15/08/2007, às 21h15, baseando-se em ditos (não tão) populares de domínio público...

E adivinha onde vamos usar? Rssssssss...

A estréia é em 25/10/2007!


* * *

INSOMNIA


Insominia
Insamnia
Omnia fert aetas

Mensura omnium rerum optima
Tempus longum vitiat lapidem
Cito pede labitur aetas
Dies posterior prioris est discipulis
Fugit irreparabile tempus

Insominia
Insamnia
Omnia fert aetas

Somnus est frater mortis
Improba vita, mors optabilior
Vae mortuis!
Omnia cinis aequat

Insominia
Insamnia
Omnia fert aetas

Bonum erat si non natus non fuisset homo ille
Parce sepultis
In nocte consilium

Insominia
Insamnia
Omnia fert aetas

* * *

INSÔNIA

Insônia
Insânia
O tempo tudo traz

Tudo na vida quer tempo e medida
Pois tudo passa sobre a terra
O tempo voa
O tempo é mestre
O tempo vai e não volta

Insônia
Insânia
O tempo tudo traz

O sono é parente da morte
É melhor uma boa morte do que uma ruim sorte
Triste de quem morre!
Porque a morte tudo nivela

Insônia
Insânia
O tempo tudo traz

Melhor seria se não tivesse nascido
Mas, enterrado, perdoado.
Pois o travesseiro é o melhor conselheiro

Insônia
Insânia
O tempo tudo traz

* * *

Bem... Latim não é nosso forte, mas... A melodia está ficando muuuito legal... Rssssss.... Vamos ver no que dá!

Detalhe: são 24 versos... um para cada hora dos dia. Mais simbólico, impossível! Rssss...

Evoé, Baco!
domingo, 17 de junho de 2007 1 comentários

Ledos Enganos (?)

Reservo-me sempre
Um bom motivo para ver,
Tentar saber (e entender)
Hoje e sempre essa mulher:
Femme (pronto!) com
Louvores (isso é tão vil...)
Onipotentes versos
Reservados, a mil,
Em seus castelos,
Noites a fio
Tentando traduzir
Isso ou aquilo
Nos segredos azul-anil
Ou nos mistérios
Meus (seriam seus?)
Entre dias e noites
Nos bálsamos açoites
Inteligentes que,
Normalmente,
Assustariam o mais corajoso
Mancebo incauto,
Um (num) sobressalto,
Lânguido,
Herético,
Estúpido, eclético
Reservado e poético
Mas apaixonado.
Então, do sonho, fez-se vida
Numa doida varrida
Infância tardia (ou seria adolescência?)
Nada fácil, é verdade...
A tarde-manhã, noite-madrugada....
Que vivemos juntos
Um a um, cada segundo,
Esperando uma próxima chance...
A “última” chance
De viver mais uma vez
O que será (o que se fez)
Resto de tudo que acreditamos
Ou seriam, apenas, ledos enganos?

(Guilherme Ramos, 12/06/2007, 00h09)
domingo, 3 de junho de 2007 1 comentários

Musa

Minha boca; sua boca.
Sem espaço para palavras.
Minha musa é minha musa, é minha musa...

(Guilherme Ramos, 02/06/2007, 20h00)

Para você, musa de todas as horas, até mesmo quando não acredita nisso.
quinta-feira, 31 de maio de 2007 1 comentários

Resposta

Eu procuro uma resposta - que ninguém mais procura.
Não a enxergo, pois. Que fazer, então?
Fecho os olhos sob a luz? (que loucura...)
Ou abertos, deixo-os, na escuridão?

(Guilherme Ramos, 31/05/2007, 19h38)
terça-feira, 24 de abril de 2007 0 comentários

Por Hora...

Por hora, aqui, fica apenas o silêncio; em você, a curiosidade; em meu coração, o mistério; em todos os casos, a mais pura verdade.

Doa em quem doer. Até em mim mesmo...

(Guilherme Ramos, 24/04/2007, 22h36)
domingo, 8 de abril de 2007 1 comentários

27 de Março

Bem... Antes tarde do que mais tarde! Valeu pelo "puxão de orelha", Raelma! (rsrsrs...). Fiquei um tempinho sem postar. Isso me fez falta, juro! Mas estou tentando manter, ao menos, uma certa disciplina nas datas festivas... É, minha especialização em ensino da arte - teatro - começou. Preciso roubar tempo para esse meu prazer pessoal que é escrever. Conto com o incentivo de vocês, meus amigos-irmãos-de-letras... Conto mesmo. Segue, agora, uma singela homenagem à arte pela qual me apaixonei em 1984...

Teatro.
O que é isso pra você?
Uma chance de fugir
(da realidade)
Ou de fugir de verdade
Do que só você sabe ser.
Com (ou sem) prazer.
Teatro é palco
É salto (alto)
É mentir
É fingir
É sentir
Que somos o que somos
E nunca deixaremos de ser
O que almejamos
Por puro prazer.
É sorriso
É lágrima
É convicção
É suspense
É surpresa
É ação
Peito a peito
Ombro a ombro
Mão na mão
É grupo
É solo
É diálogo
É emoção
Ser mestre no mentir
Ser aprendiz do sentir
Não ter medo de fugir
Do que todos dizem estar errado
Quem está o tempo todo certo?
É arte, mesmo em parte,
Quase se parte
No peito
Do (mesmo) jeito
Que todo mundo
Quer (?)
Seja:
homem,
Criança,
Idoso,
Mulher...
Seja:
drama,
comédia,
ou até mesmo
só uma tragédia.
E rir, que nem sempre
é o melhor remédio,
É somente o que nos resta
Como o olhar do curioso
Em meio à fresta,
Na platéia estou a observar.
Teatro, puro e simples,
É o que (sempre) vai me encantar.
É, talvez, a única maneira
De “sonhado acordar”
Em sonhos sem par.
Evoé, Baco!
Feliz Dia Internacional do Teatro!
(A gente se encontra no palco...)

(23/03/2007, 21h26. Concluído em 08/04/2007, 11h48)
quarta-feira, 14 de março de 2007 1 comentários

Poesia?

Nossa! Hoje é o "Dia Nacional da Poesia"!!! E eu quase ia esquecendo!!! (que vergonha, rsrs...). Obrigado, "Vida", por me lembrar desse dia tão importante pra mim, pra você, para todos os poetas! Fica aqui, uma humilde inspiração (e sem pretenção de ser poesia). Mas passar em branco, hoje, eu não deixaria!


Poesias podem falar
de vida e de morte
de azar e de sorte
ou nem serem poesias.
Como esta aqui,
que divago sozinho,
riscando o vazio
de uma tela em branco.
(outrora um papel)
Sem uma taça de vinho,
à procura de um tom,
nem sempre tão bom,
mas que vale arriscar...
Então, o que é poesia?
O que será; que seria
que toca um coração?
nem cheia, nem vazia
Pode ser nostalgia...
Pode ser...
Ou não ser...
Eu não falo mais não.


(Guilherme Ramos, 14/03/2007, 20h38)
terça-feira, 13 de março de 2007 0 comentários

Sobre Estar Sozinho...

Sawabona!*

Bem, algum tempo já passou desde meu último (e emocionante post). Agora, incrivelmente, meus ares têm tomado rumos estranhos pra mim. Já me perguntei várias vezes o que é e... nenhuma resposta. Não acho ruim não. É neutro. Assim como tenho neutralizado muita coisa que tem me desagradado. Acho que nossa energia deve ser empregada em projetos pró-ativos e que devemos ser, por si só, nossos melhores amigos. E isso, às vezes, é confundido com "solidão". E se fosse? Desde quando "estar só" (por vontade própria) é algum problema?

Pois é... Aí, em mais uma de minhas “surfadas” na Net (e eu só arrisco isso por aqui mesmo) encontrei uma “pérola” maravilhosa. Coincidência ou não, uma amiga minha me mandou o mesmo material por e-mail. Ora! Isso devia ter algum significado. Quem me conhece sabe que sou “ligado” nessas coisas, né? Então, resolvi disponibiliza-lo aqui. É um texto de Flávio Gikovate**, que merece ser lido (e refletido) por todos vocês.

Boa leitura! (e boa reflexão...)


Sobre Estar Sozinho...

(Por Flávio Gikovate)

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei.

Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.

A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.

Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.

Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.

Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade..

Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.

Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.

Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...



(*) "SAWABONA" é um cumprimento usado no sul da África e quer dizer "eu te respeito, eu te valorizo, você é importante pra mim". Em resposta, as pessoas dizem "SHIKOBA", que significa "então eu existo pra você". Infelizmente, desconheço a origem dessa informação. Quem souber me diz, que eu informo aqui!

(**) Flávio Gikovate é médico psicoterapeuta do Instituto de Psicoterapia de São Paulo.
terça-feira, 27 de fevereiro de 2007 1 comentários

O Boêmio e a Bailarina

(Por Viviane Araújo)

“Eu bebo, sem compromisso / com meu dinheiro / ninguém tem nada com isso / aonde houver garrafa / aonde houver barril / presente está a turma do funil!!”


Do meu apartamento - eu, bailarina - ouço vozes ecoando o hino que reconheço como sendo tão teu. Paro por um instante na esperança de distinguir a tua voz em meio a tantas outras, mas é inútil. É sempre assim: tua voz me parece tão muda(da) quando é apenas uma que grita com mais algumas. Corro, então, para a sacada e ponho-me a ver o teu bloco passar.

E lá vai samba, batuque, ritmo, disritmia, suor, cerveja, cigarro, fumaça, máscara, fantasia. E lá vêm bocas que só se encostam, enquanto dizem que se beijam. Bocas bem treinadas na arte do encostar-abrir-sugar-e-partir-para-outras. “E com mais essa boca, já são 12!!!!”, brada um sujeito que em sua confusa aritmética divide enquanto pensa que soma. E lá vem mãos que se esbarram, achando que se tocam; corpos que se chocam, achando que se sentem; gente que se solta dizendo que se pega. "É carnaval, é pegação!!!", brada novamente o empolgado sujeito que agora já encostou em 15 bocas, mas beijar mesmo que é bom, ainda nada.

E eu - tão bailarina - acompanho a tua festa, que se revela bem debaixo da minha janela. E te vejo em êxtase: copo na mão, samba nos pés, cigarro na boca a dividir espaço com o riso tão franco de moleque atrevido que és. Tens a alma nesse instante pesada de tão leve, ouvidos só no explodir da bateria, olhos em todas as direções, mas em nenhuma, coração sabe-se lá onde, provavelmente a bater no mesmo compasso do requebrado da passista de uma escola de samba qualquer. Enquanto a tua banda passa, não aplaudo, mas pego-me a sorrir pela tua alegria, tão na contramão da minha, mas que por ser tua é, sim, um pouco minha também.

E eu - ainda muito, muito bailarina - queria poder te dizer agora que não importa se és furacão e eu calmaria, pois é no tumulto da tua existência que eu encontro a paz da minha. E que hei de ter por ti um amor tão intenso, imenso, mesmo quando denso, que não adoeça se eu tão sóbria te encarar sempre tão ébrio e nem se entristeça se vc for para sempre sul e eu tão norte.

Queria eu - apenas mulher, quase nada bailarina - que essa pudesse ser uma declaração de amor tão forte, tão minha, tão tua, que capaz fosse de recolorir nossa existência, de redesenhar, de redescobrir. Mas oq escrevo agora não é introdução nem fim, é apenas o meio de uma coisa qualquer, que bem que poderia ter sido amor, mas foi mistério. Que bem que poderia ter sido presença, mas foi lacuna. Que bem que poderia ter sido, mas que mesmo nunca sendo, ainda é.

E a tua figura - a que para o bloco é presença e para mim lacuna - não passa sem ser notada. E mesmo eu daqui da janela, não fico despercebida. Vc malandro carioca, eu bailarina: ambos em pleno carnaval, mas sem nenhuma fantasia. E eu - tão coração de mulher e alma de bailarina - pela eternidade de um instante, penso em me atirar janela abaixo e ir tentar dançar a tua coreografia. E posso sim, aprender os teus passos e até passar a me expor ao sol sem proteção como se fosse mormaço, até me deixar ser vencida pelo teu, tão meu, cansaço. Pq posso, sim, sambar e me acabar e te abraçar e te encantar, mas em algum ponto do desfile também vou ter que parar, te deixar, me escutar e continuar a bailar no palco que escolhi para ser o meu lugar.

Portanto, que passe o bloco, que passe a farra e a euforia, que passe vc, sempre a desfilar na tua avenida, que não, não é a minha. E caia no samba, mas não deixe cair das mãos a tua alegoria. Fique por aí no teu espaço, na tua ginga, nos teus confetes e até mesmo nas tuas serpentinas. E samba - meu boêmio preferido - samba no teu ritmo, a tua história. Pq eu - bailarina - vou estar sempre na mesma janela, bailando, qd o teu bloco passar. E depois que ele se for eu - mulher que sabe despir a bailarina - ainda assim, continuarei a bailar.

posted by Vida @ 10:25 PM


Este é o (maravilhoso) texto de Viviane Araújo, que originou o texto-irmão "A bailarina e o boêmio", de minha autoria. Leiam os dois, com carinho. Em seu mundo, os personagens (com)partilham sensações e emoções como as pessoas (do mundo real) deveriam fazer sempre. O mundo seria tão melhor...
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A Bailarina e o Boêmio

"Como fui feliz naquele fevereiro / pois tudo para mim era primeiro / primeira esperança / primeiro carnaval / primeiro amor criança..."


Do meu bloco – eu, boêmio – em meio ao turbilhão de notas e acordes, de máscaras e fantasias, vou cantando, dançando e até pareço mais uma voz na multidão. Mas sei que não. E é na(s) sacada(s) do frevo que te vejo. E desejo. O bloco vai passando e eu, fingindo me esbaldar, vou parando... para (melhor) te olhar.

Em meio ao frevo, à marchinha, ao desejo e à minha (ausência de) companhia, não sobra espaço para tristeza (ou não deveria). Por isso mesmo eu vejo, no álcool, no fumo e nos beijos (dos outros), puro desejo, pra “fantasiar” de alegria: do fica-fica ao solta-solta, só não vai quem não bebeu! Mas eu me pergunto: o que quero EU? Dançar e dançar e dançar. Somente isso. É difícil acreditar? Dançar e dançar e dançar... e não ter a vergonha desse infeliz! Que já ficou com 12... 13... 14... 15... Nossa! Ele não vai parar? E ele ainda grita "É carnaval, é pegação!!!" Isso é o que mais me irrita. Alguém já te falou em amar? Hunf! Como? Se ele só pensa em... birita.

E eu – tão boêmio – festejo. Apenas. Cigarro no bico, copo na mão, samba no pé (e no coração) e com sorriso nos lábios, danço sob as janelas e as varandas dos sobrados e apartamentos que demarcam o território da folia. Mas há uma janela especial. Mora, ali, minha alegria? Quem é aquela menina? minha bailarina? Ela é tão leve, suspensa no ar, mas de olhar tão pesado, a me censurar... Não me escutaria uma só sílaba, se eu tentasse gritar. Quisera eu ser a bateria, que de rompante explodiria em frases sem parar: “Desce! Tum-tum-tum! Desce! Tum-tum-tum! Vem bailar! Vem bailar!” Mas... pra que sonhar? Se meu coração pudesse dizer o que senti ao te ver... Mas a banda passa. Cedo ou tarde, irá se afastar. Eu a terei de seguir, como um soldado, sem questionar. E você, nada fará. Que amorosa agonia: triangular-se-á eu, você e a folia.

E eu – ainda muito, muito boêmio – até penso em falar com você. Mas como, se sou apenas um homem na terra e você, um anjo do céu? Do alto, essa sua paz se contrapõe ao meu irresistível caos. Se opostos se atraem, por que não acontece comigo? Serei eu, doido varrido? Um cara perdido? Ou (aparente) pervertido, vagando (ébrio) sem parar? Pra você, (um) ser incapaz de amar. Minha alegria, seria sua tristeza e a sua estranheza, minha (pobre) alegoria.

Queria eu – apenas homem, quase nada boêmio – desfilar por entre seu mundo e, mais ainda: dizer o que sinto; sentir o que faço; fazer o que digo; dizer o que faço; fazer o que sinto; sentir o que digo; dizer o que digo; sentir o que sinto; fazer o que faço... por você (?) Como vou saber?

E o seu semblante, à janela, vislumbrando o bloco, na passarela, parece me apagar cada vez mais na multidão. Ficar assim, sendo um “mais um”, virando, então, homem comum, não quero não. E eu – tão coração de homem e alma de boêmio – Sou muito mais. A “fantasia”, ora, pois, deixaria pra trás, se houvesse a chance de escalar seus muros e chegar a você, como um bom rapaz. E não seria difícil invadir seu palco, mais clássico, mais moderno, mais contemporâneo... Mais... Mas... aqui “jazz” um roqueiro sem par, que viveu (em mundos) “blues” e se rendeu às baladas saturnais. Eu não sou de lá e não fui pra ficar. Voltei pra sambar. Pra te encontrar. E a essa altura, a boemia eu largaria, se fosse pra sua “Vida” partilhar.

O bloco vai passando e as cinzas da quarta-feira, chegando. Dois mundos diferentes, tão presentes em nosso existir, vão se afastando. Partirão sem demora a partir de agora. Míseros instantes me restam antes que você, de sua varanda, perceba o quanto ansioso estou em revê-la. Num outro carnaval, talvez, ou num salão distante, na esperança de ao menos uma vez, sem confete, serpentina ou embriaguez – minha bailarina preferida – valsar ao seu lado, no seu tempo-espaço. Porque eu – Boêmio – estarei sempre na passarela da vida, na rua, na avenida, no bloco a passar, olhando-a do alto de sua janela (quem sabe um dia) a me observar. Nem tudo na vida é fantasia; mas ao fim do carnaval, não se dispa da alegria, pois eu – um homem que sabe despir o boêmio – gostaria de me apresentar.

(Guilherme Ramos, AL, 27/02/2007, 18h02.)


Esse texto foi inspirado em um outro (maravilhoso) trabalho de minha amiga Viviane (Vida) Araújo, chamado "O boêmio e a bailarina". Não seja louco(a) de não ler! A minha intenção foi - desafiadoramente - escrever um texto-irmão, com o ponto de vista do boêmio criado pela autora, pois o da bailarina é, digamos, sem comentários...

Vida, minha amiga-irmã-de-letras, agradeço a oportunidade de (com)partilhar uma história tão linda. Obrigado mesmo! Estava precisando disso! Quando faremos outra dessa? Rsrsrs...
domingo, 18 de fevereiro de 2007 1 comentários

Carne... Aval



Carnaval...
E eu tão reticente...
Pondo pingos nos “is”,
Vírgulas e aspas na minha vida.
(Muitas aspas)
Sem esquecer os parênteses...
“Parentes” próximos
(muito próximos)
Da folia que é meu espírito.
Mas não consigo um ponto final.
Procuro, procuro, procuro...
E não encontro.
Por que é tão difícil assim,
Fazer isso por mim?
Mas preciso fazer...
Como?
Vou escrever...
(ai, ai, ai...)
Lá vai:
Nunca fui bom com “finais”.
Prefiro “apresentações”.
São tão... mais singelas...
E quando olho pela janela,
Só vejo vagantes pierrôs...
E colombinas avulsas.
Choros e lágrimas...
No carnaval?
Ah, não. Não mesmo!
Ô, Pierrot! É, você aí, Pierrot!
Pare de choramingar
E fale (logo) às colombinas:
- É carnaval! (e coisa e tal...)
Mas ninguém precisa ser
O que passa na TV!
Nem bunda, nem marca,
Só EU e VOCÊ!
Somos “pedaços de carne”?
Não, não, não combina!
Ou você decide com quem dança,
Ou vou sair com a sua prima!
O final fica por conta, lógico,
Da mais esperta Colombina...

(Guilherme Ramos, 18/02/2007, 00h26)
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Carnaval

Em minhas viagens pela Internet, encontrei dois textos muito legais sobre o tema. Não quis alterar os seus conteúdos, pois os achei bastante sintéticos (e porque também 'tava numa preguiça danada). Como sou defensor dos direitos autorais, não desejo plagiar ninguém, ok? Apenas compartilhar um pouco de cultura para os leitores deste blog. As fontes estão logo abaixo dos mesmos. Se alguém se sentir prejudicado, magoado ou coisa e tal, lembre-se que é carnaval! (mas se mesmo assim houver algum problema, avise que eu retiro imediatamente do ar, ok?)
Origem do Carnaval
(Claudia M. de Assis Rocha Lima, pesquisadora)

Dez mil anos antes de Cristo, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita. As origens do carnaval têm sido buscadas nas mais antigas celebrações da humanidade, tais como as Festas Egípcias que homenageavam a deusa Isis e ao Touro Apis. Os gregos festejavam com grandiosidade nas Festas Lupercais e Saturnais a celebração da volta da primavera, que simbolizava o Renascer da Natureza. Mas num ponto todos concordavam, as grandes festas como o carnaval estão associadas a fenômenos astronômicos e a ciclos naturais. O carnaval se caracteriza por festas, divertimentos públicos, bailes de máscaras e manifestações folclóricas. Na Europa, os mais famosos carnavais foram ou são: os de Paris, Veneza, Munique e Roma, seguidos de Nápoles, Florença e Nice.

Fonte: Fundação Joaquim Nabuco

E no Brasil?

(Autor desconhecido)

O carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado a liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.

O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem européia.

No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos, tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais.

No século XX o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado.

A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi criada pelo sambista carioca chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a Deixa Falar transformou-se na escola de samba Estácio de Sá. A partir dai o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato. Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.

O carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem as ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu.

Na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos negros como o Olodum e o Ileyaê, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi.

Fonte: Sua Pesquisa.com
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007 0 comentários

When I Fall in Love

Bem... Nat King Cole*. O nome já diz tudo. E essa música... When I Fall in Love**, Mais ainda. É uma das que mais escutei. Nos bons (e nem tão bons) momentos. Ah! Como eu queria ter escrito essa letra... Bom, o que faço pra compensar? Prometer a mim mesmo cumprir seus preceitos? Até que seria uma boa idéia. Mas será tão fácil assim? (rsrsrs...)


When I fall in love
Quando eu me apaixonar

it will be forever
será para sempre

or i’ll never fall in love.
ou eu nunca me apaixonarei.

---

In a restless world like this is
Num mundo agitado como é este

love is ended before it’s begin
o amor está terminado antes de ter começado

and too many moonlight kisses
e muitos beijos ao luar

seem to cool in the warmth of the sun.
parecem esfriar no calor do sol.

---

When I give my heart
Quando eu entregar meu coração

it will completely
será completamente

or i’ll never give my heart.
ou eu nunca entregarei meu coração.

---

And the moment I can fell that
E o momento que eu puder sentir que

you feel that way too
você se sente deste modo também

is when I fall in love
é quando eu me apaixonarei

with you.
por você.


(*) Nat King Cole, nome artístico de Nathaniel Adams Coles, (Montegomery, 17 de março de 1919 — Santa Mônica, 15 de fevereiro de 1965) foi um cantor e músico de jazz norte-americano.

(**) When I Fall in Love foi escrita por Edward Heyman e Victor Young. Sua versão original foi interpretada no filme "One Minute To Zero" (1952), por Doris Day. Só quatro anos depois, em 28/12/1956, foi gravada por Nat King Cole.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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OZ

Eu me sinto um “homem de lata”
Procurando um coração perfeito.
Por que razão, oh! “Grande Oz”,
Há esse vazio dentro do meu peito?

Eu me sinto um “espantalho”.
Cambaleante de amor, eu juro!
E lhe suplico, oh! “Grande Oz”,
Que mostre um pensamento seguro!

Eu me sinto um “leão covarde”.
Que da própria sombra tem medo!
Fui insensato, oh! “Grande Oz”,
Por não querer contar meu segredo!

Onde está a menina “Dorothy”?
Onde ela está?
Onde está você, “Dorothy”?
Que não quer mais voltar.


(Guilherme Ramos)
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007 1 comentários

Luz

"Porque o amor não pode ser uma noite escura, o amor é dia! Luz forte que faz brilhar os olhos, calor no peito afogueando o coração aberto para viver, não para se tolher em medo. Porque o amor faz a alvorada dos sonhos realizáveis! Faz morada na terra das aventuras felizes e dos descobrimentos surpreendentes.
"O amor é a magia do renascimento, o despertar de nossas melhores formas, o crescimento para um mundo jamais visto e uma coragem insana de se romper qualquer obstáculo, até nós mesmos."

(Raelma Mousinho)


Não a conheço (ainda) mas já a admiro. Raelma, precisamos trocar umas idéias sobre o tema!
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Divagando e Teclando

"Ambos não estavam nos planos um do outro...

...e ainda assim foi incrível...

Mas acabaram por se afastar, uma pena.


Um desperdício de corações, de sensações, de amores e de ilusões.


Mas olha, ELA ainda sonha com ele...

... e ELE ainda pensa nela ..."



Fragmentos de um belíssimo texto de Silvana Duboc, que pode ser encontrado na íntegra no link abaixo:


Tem um sentido mais específico, claro, mas... para alguns, só esse trechinho já cabe como um luva...
terça-feira, 6 de fevereiro de 2007 1 comentários

Rumo ao Pôr do Sol



Não houve um só dia que eu não tenha pensado (nela).
Corri a madrugada fria; olhei pela janela...
E vi uma rua tão parada, mas tão parada,
Que as únicas coisas que passavam
Eram as horas e as nuvens.
O que nos faz temer a nós mesmos,
Senão os segredos que guardamos no peito?
Alguns, tão profundos e enigmáticos,
Que nem mesmo nós acreditamos que temos.
Esconder um segredo de si próprio, é quase um crime.
E, por isso, rumo ao pôr do sol, parti.
A poesia perdeu o sentido.
A música, sem melodia, já não encantava.
Olhava para o céu, que me estranhava a postura.
Reclamava, ao léu, coisas e coisas.
Querer entender, seria desgastante.
Fazer-me entender, pura perda de tempo.
Não se quer saber da vida do outro.
(Sequer tomamos conta da nossa!)
E o que vi, comumente me assustaria.
Não assustou. Surpresa pra mim.
Após a aurora da vida, muita coisa aconteceu.
E no calendário, “hoje”...
Hoje, talvez, seja o momento mais assustador que alguém teria.

(Guilherme Ramos, 08/01/2007, 00h53. Concluído em 06/02/2007, 21h58)
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Lágrima de Rímel (de Sonho e de Pólvora)



Era noite.
Somente isso.
E a cada gesto
Meu, seu, nosso...
As “máscaras” caíam.
Nada restou, é verdade,
Passou, como a idade;
Inacreditável como o orgulho
Da vedete, da meretriz
Que escapa - por um triz -
Da (fria) lâmina de “Jack”,
Já com um outro nome:
“Caetana” (o Nordeste é quem diz).
E, do alto de sua maquiagem borrada
Não lhe sobra mais nada,
Senão, solidão; senão depressão.
Fazer o quê, então?
Esperar, esperar, esperar...
E deixar o tempo passar.
(E o tempo passa rápido)
Aí, estranho ou não, tem-se “vontades”...
De dormir, de chorar...
De borrar e borrar e borrar,
Com uma lágrima de rímel,
O que horas se levou para terminar.
(Ou seria re-começar?)
Maquiar o vital, só lhe faz mal;
Numa vida inteira (de incertezas)
De findáveis belezas,
De atração fatal...
Entre o “Sonho” e a “Pólvora”.
Não daria certo.
Ou daria (muito) certo.
Quem pode saber,
Se resolvemos esquecer?
Fica a paródia:
“É de sonho e de pólvora,
O destino de dois sós.”

(Guilherme Ramos, 06/02/2007, 16h45)
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Poesia e dor não se misturam



Poesia e dor não se misturam.
Apesar de andarem juntas (às vezes)
Seria insensato querer insistir
Em ficar com as duas por tantos meses.

É óbvio, porém trabalhoso, notar
A (aparentemente) homogênea mistura
Onde termina; onde há de começar?
Uma na fantasia; a outra, na tortura?

É melhor errar um pouco, para acertar de vez.
Sem se tornar, no entanto, uma triste figura
Quem nunca na vida, besteiras já fez?
(Confundir a tal “fantasia” com uma grande loucura...)

Poesias são como nuvens (algumas de chuva)
Que vêm e vão com uma brisa ou garoa
Mas quem anda demais (nesse tempo) e não olha onde pisa
Pode cair e se machucar (muito!) como qualquer pessoa.

Já dores, são como aulas (de matemática, por exemplo)
“P’ra que diabos vou precisar disso?” Perguntam alguns.
Quem se imagina, hoje em dia, sem esse conhecimento,
Que, tal qual o sentimento, enobrece os homens comuns?

Poesia e dor, de fato, não se misturam.
Podem até parecer, mas sejamos conscientes:
As duas só coexistem, pacíficas, nem sempre,
Por possuírem tantos caminhos diferentes...

(Guilherme Ramos, 06/02/2007, 17h48)
sábado, 3 de fevereiro de 2007 0 comentários

Um bom poema

Já que eu insisto em escrever versos, devo recorrer aos mestres. Disciplina e ordem são fundamentais! E por falar em mestres, lá vai uma opiniãozinha do "Paulinho"... Menino que começou a escrever há beeeeem pouco tempo, eheheh...

Um bom poema
leva anos
cinco jogando bola,
mais cinco estudando sânscrito,
seis carregando pedra,
nove namorando a vizinha,
sete levando porrada,
quatro andando sozinho,
três mudando de cidade,
dez trocando de assunto,
uma eternidade, eu e você,
caminhando junto

(Paulo Leminski)
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"Lêdo" Conselho

Conselho de Lêdo Ivo, mestre alagoano das letras, para jovens escritores:

"Em primeiro lugar, jovem escritor não segue o conselho de ninguém, mas peço que eles não acreditem apenas no talento. A vocação é só o primeiro passo. Busquem cultura, aprimoramento, resistam às sereias do mercado e da mídia. Feche-se como uma concha, para depois se abrir."

(Fonte: entrevista de Milena Andrade com o autor, para o site "Blocos - Portal de Literatura e Cultura" - http://www.blocosonline.com.br)


Bem... É preciso dizer mais alguma coisa? Vida longa ao mestre Lêdo Ivo!
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007 0 comentários

Saudade, Saudade...

Pode-se sentir tanta saudade
por alguém como você,
sem comprometer a saudade
que ainda vamos ter?

(Guilherme Ramos, 31/01/2007, 18h08)
sábado, 27 de janeiro de 2007 0 comentários

No Amor, como no Vinho

Ao prová-lo (e aprova-lo)... poderei eu, então, tomá-lo?

(Guilherme Ramos, 27/01/2007, 20h48)
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De Sono... e de Sombras



Preocupantes são as noites de insônia.
Quando tentamos amolecer o corpo
e descansar a mente tão pesada.
Mas quem disse que o sono vem?
Ele grita ao longe, avisa que está próximo,
mas nos engana
e nos torna um vivo cadáver à espreita.
Poética seria a descrição desse inconveniente.
Mas dramática é sua realização.
Solitário em seu mundo,
o insone sofre (sente) cada segundo,
em açoites sequenciados de vigília.
Mórbido é o leito em que se deita.
Fria seria a laje em que se contorce.
Quente é o corpo que sua.
Mas não esfria a laje.
E molha o leito,
que parece ferver ao seu redor
como a lava de um vulcão em erupção.
O silêncio é ensurdecedor.
Mas não disfarça os sons da noite.
As gotas da torneira no banheiro,
na copa ou no serviço,
parecem pedras atiradas em janelas.
O grilo, companheiro indigesto,
não pára seu réquiem funesto.
E para mim, um quase-vampiro,
só me resta temer a aurora,
que aos poucos se aproxima,
(e me apavora)
anunciando o raiar de um novo dia.
Novo? O que tem de novo?
Por que tem que ser assim?
(Essa coisa de não ter mais fim...)

(Guilherme Ramos, 22/01/2007, 08h58)
0 comentários

À Primeira Vista

Sou de me apaixonar à primeira vista (mas, também, a perder de vista...)

(Guilherme Ramos, 23/01/2007, 08h51)
domingo, 21 de janeiro de 2007 0 comentários

Eu e a Vida

Bem... Jorge Vecilo (alguns preferem chamá-lo - coitado - de Djavan genérico) tem uma música que é a cara de muita gente... Cabe a mim (obrigado, Vida!) mostar a todos.... Reflitam... Reflitam... E sigamos em frente!

Vem me pedir
além do que eu posso dar
É aí que o aprendizado está
Vem de onde não sonhei
me presentear
Quando chega o fim da linha
e já não há aonde ir
Num passe de mágica
A vida nos traz sonhos pra seguir
Queima meus navios
pr'eu me superar
as vezes pedindo
que ela vem nos dar
o melhor de si

E quando vejo,
a vida espera mais de mim
mais além, mais de mim
O eterno aprendizado é o próprio fim
Já nem sei se tem fim
De elástica, minha alma dá de si
Mais além, mais de mim
Cada ano a vida pede mais de mim
mais de nós, mais além

Vem me privar pra ver
o que vou fazer
Me prepara pro que vai chegar
Vem me desapontar
pra me ver crescer
Eu sonhei viver paixões, glamour
Num filme de chorar
Mas como é Felini, o dia-a-dia
Minha orquestra a ensaiar
Entre decadência e elegância,
zique-zaguear
Hoje, aceito o caos.

E quando vejo,
a vida espera mais de mim
mais além, mais de mim
O eterno aprendizado é o próprio fim
Já nem sei se tem fim
De elástica, minha alma dá de si
Mais além, mais de mim
Cada ano a vida pede mais de mim
mais de nós, mais além
terça-feira, 16 de janeiro de 2007 4 comentários

SEGUNDO CONDICIONAL

Se eu soubesse...
Uma maneira de trazer você de volta,
Sem medir esforços para achar a porta
Que leva ao seu coração,
Poderia sonhar (inteligentemente)
Em estarmos juntos novamente
Com mais amizade, paciência e união.

Se eu soubesse...
Que a “distância” no amor importa,
Não teria deixado morta
Nossa vontade de “se entender”.
Sua vontade seria a minha,
Mesmo quando quer ficar sozinha.
(É! O que é que eu posso fazer?)

Se eu soubesse...
Ser um mago e, com um passe mágico,
Por fim em tudo o que parece trágico,
Poderia mudar o nosso futuro.
Mudaria o que fosse errado,
Não pensaria apenas no passado
E em me livrar desse véu escuro
Que um dia me cobriu
Só porque não quis aceitar
A verdade de alguém não me amar.
Sofrimento assim todo mundo já sentiu.
Não choro, claro, para ninguém saber
Que por mais que ame (outro) alguém
Não consigo (simplesmente) te esquecer.
(É difícil, algumas situações, entender)

Se eu (realmente) soubesse...
Não diria nada do que foi dito
Nenhuma palavra teria escrito
E não mais falaria:
Se eu soubesse...


(Guilherme Ramos, 16/01/2007, 16h16)
sábado, 13 de janeiro de 2007 3 comentários

Segredos

Tá, tá, tá... Me deixa quieto, tá? Não tenho o que postar hoje. Branco total. Mas uma música me persegue desde cedo. Acho que ela estava querendo um "espacinho" no meu blog. Vai lá, menina! Toma a frente e boa sorte! E que me traga boas energias... Porque eu, realmente, procuro um amor... (que seja bom pra mim!) - tá, tá, tá... E quem não procura?

Segredos

(Frejat)

Eu procuro um amor
que ainda não encontrei
diferente de todos que amei

Nos seus olhos quero descobrir
uma razão para viver
e as feridas dessa vida
eu quero esquecer

Pode ser que eu a encontre
numa fila de cinema
numa esquina ou numa mesa de bar

Procuro um amor
que seja bom pra mim
vou procurar, eu vou até o fim

E eu vou tratá-la bem
pra que ela não tenha medo
quando começar a conhecer
os meus segredos

Eu procuro um amor
uma razão para viver
e as feridas dessa vida
eu quero esquecer

Pode ser que eu gagueje
sem saber o que falar
mas eu disfarço
e não saio sem ela de lá

Procuro um amor
que seja bom pra mim
vou procurar, eu vou até o fim

E eu vou tratá-la bem
pra que ela não tenha medo
quando começar a conhecer
os meus segredos............

E não são "tantos"... Mas são "suficientes"... Vai encarar? (kkkkk....)
quinta-feira, 11 de janeiro de 2007 0 comentários

Steel Heart (but still a heart)

Ok, ok... Alguns "puristas" vão querer me matar. Devem se perguntar: "uma música em inglês?" Bem, o que posso fazer? Minha inspiração é poliglota! Mas, não se preocupem. Aos que preferem o bom e velho português, a versão "brasileira" está logo abaixo. E, sinceramente, ambas são igualmente belas. Poeticamente falando, claro. E no MEU ponto de vista. Cada um tem o seu (felizmente). Let's read?


STEEL HEART (BUT STILL A HEART)

A steel heart
(But still a heart)
Breaks the space
And reflects the light
Ready to love
Ready to fight
A steel heart
(But still a heart)

I looked for you my whole life
And even knowing death,
I didn't stop trying
I crossed the times
And I cane back to you
For what is yours and mine

A steel heart
(But still a heart)
Breaks the space
And reflects the light
Ready to love
Ready to fight
A steel heart
(But still a heart)

* * * * * * * * * * *

CORAÇÃO DE AÇO (MAS AINDA UM CORAÇÃO)

Um coração de aço
(Mas ainda um coração)
Rompe o espaço
E reflete a luz
Pronto para amar
Pronto para lutar
Um coração de aço
(Mas ainda um coração)

Eu procurei você a minha vida inteira
E mesmo conhecendo a morte,
Não parei de tentar
Atravessei os tempos
E voltei para você
Pelo que é seu e meu

Um coração de aço
(Mas ainda um coração)
Rompe o espaço
E reflete a luz
Pronto para amar
Pronto para lutar
Um coração de aço
(Mas ainda um coração)
quarta-feira, 10 de janeiro de 2007 0 comentários

Balança da Vida

Quando você se deparar com algo (ou alguém) que te bote pra baixo, lembre-se de que a vida é como uma balança: em algum lugar, há outro lado subindo proporcionalmente, mostrando-lhe coisas boas, sem que você se dê conta.

Siga em frente, sem se abalar. Você nasceu para brilhar.

(Guilherme Ramos, 10/01/2007, 15h35)
terça-feira, 9 de janeiro de 2007 0 comentários

Sobre "Saudade"

Saudade quando "bate", sempre bate muito forte. E não pede desculpas. Não pede mesmo...

(Guilherme Ramos, 09/01/2007, 01h45)
segunda-feira, 8 de janeiro de 2007 0 comentários

Simplesmente

Não quero só mais um rosto bonito;
um coração em conflito;
um corpo aflito, em busca de prazer.

Procuro assim - sem mais, nem menos:
sonhos maiores; receios pequenos;
alguém que eu não precise entender

Talvez eu até já tenha encontrado
E não queira - também talvez - acreditar
Quem sabe até eu possa estar errado
Mas em você, vi o que não se pode enxergar.


Após o mau tempo, vem a bonança.
Espero o momento, segundo a segundo.
O que me resta, não é só esperança,
Mas, tão simplesmente, felicidade em meu mundo.


Talvez eu até já tenha encontrado
E não queira - também talvez - acreditar
Quem sabe até eu possa estar errado
Mas em você, vi o que não se pode enxergar.


Procuro assim - sem mais, nem menos:
sonhos maiores; receios pequenos;
alguém que eu não precise entender

Não quero só mais um rosto bonito;
um coração em conflito;
um corpo aflito, em busca de prazer.


(Guilherme Ramos, 08/01/2007, 11h30)

Para quem foi "razão" e "emoção" ao mesmo tempo...
sábado, 6 de janeiro de 2007 0 comentários

Felicidade

E "felicidade" é tudo o que quero. Queremos, aliás.

Por isso não apenas esperarmos. Corremos atrás.

E mesmo no silêncio, há algo por trás.

E mesmo quando choramos, sorrimos demais.

E mesmo que escondamos... Há algo que se faz.

Há sempre algo (bonito)... há sempre algo mais.

Há sempre algo (proibido)... que nos refaz.

"FELICIDADE É NÃO SENTIR INVEJA DA FELICIDADE DO OUTRO."

E isso você faz tão bem...

ORA! SEJA FELIZ TAMBÉM!


(Guilherme Ramos, 06/01/2007, 3h03)
sexta-feira, 5 de janeiro de 2007 1 comentários

Saudade

Navegando pela Internet, encontrei no site do Jornal da Manhã (de 11/02/2006, coluna "Opinião", assinada por Terezinha Hueb de Menezes) o texto abaixo, de autoria de Miguel Falabella. Bem, ele fala por si só. Boa leitura!

* * *

"Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.

Mas o que mais dói é a saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.

Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro resta uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é basicamente não saber. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Não saber se ele foi à consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre culpada, se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua preferindo Malzebier, se ela continua preferindo suco, se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados, se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor, se ele continua cantando tão bem, se ele continua amando, se ela continua a chorar até nas comédias.

Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.

Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora, depois que acabou de ler..."

* * *

É. Eu sinto UM TIPO saudade. FORTE. De um jeito que somente EU sei ter. NÉ?
quinta-feira, 4 de janeiro de 2007 0 comentários

Destino Acróstico

E sobre D-E-S-T-I-N-O, só tenho uma coisa a dizer:

Deixa
Ele mostar
Se nossas escolhas
Têm fundamento ou se
Isso é apenas ilusão
Na nossa cabeça.
Ouça, pois, seu coração.

Para que dizer mais? Né?

(Guilherme Ramos)
terça-feira, 2 de janeiro de 2007 0 comentários

Eu Ganhei

Eu ganhei muitas coisas na vida. Ganhei muito mais do que perdi. Algumas coisas que eu ganhei, eu soube guardar, cuidar, proteger e valorizar. Outras, eu perdi exatamente por não agir assim.

Das coisas que eu ganhei, todas me fizeram crescer, evoluir como ser humano, ter uma consciência mais centrada, mais firme, decidida, tranqüila mesmo.

Do que eu ganhei, me lembro muito bem de quase tudo. Do que perdi também. Ganhei prêmios, elogios, aplausos, às vezes nem tanto (mas faz parte). Ganhei dinheiro, experiência, saúde. Ganhei algum sucesso, mas tão pouquinho que não deu pra subir pra cabeça. Acho que ainda bem.


Ganhei amores, paixões, família, alguns desaforos, outros elogios, ganhei uns sermões, ganhei gritos, de euforia e de desagrado. Ganhei alguns dedos em riste.

Ganhei saudade, espera, demora, gozo, prazer, medo, dor. Ganhei silêncio, complacência. Ganhei ombros acalentadores, palavras sábias, palavras de pouco significado e palavras que feriram como fogo no fundo da alma. Ganhei a necessária experiência pra saber respeitar e ouvir uma mulher quando diz: “te amo”, “te gosto”, “te admiro”, “sou tua”, “és meu”, e noutro dia, para desespero, “fui...” - ainda assim ganhei com a certeza absoluta de que meu amor foi incondicional, minha vontade de acertar foi imensurável e minha dor maior que qualquer uma que tenha lhe imposto, porque infelizmente sou demasiadamente imperfeito. Mesmo assim ganhei. Ganhei porque fui feliz e fiz a felicidade de uns, de outros, de alguns.

Ganhei com quase tudo que perdi. Isso, no fim, parece o mais espetacular. Continuo perdendo e ganhando, assim como fazem os meros mortais. Perdi a hora, perdi as chances, perdi os medos, perdi amigos, perdi gente da família, perdi mulheres espetacularmente perfeitas. Perdi o sono, perdi os sonhos. Mas os reencontrei, sempre.

Sobretudo, ganhei o amor de meu Pai, seu Pai, nosso Pai. E é com ele que tenho andado todos esses anos de minha vida. Procurando ganhar menos que perder mais.

No fundo o que importa são as inesgotáveis lembranças de que tudo que fiz, ainda que errando, fiz como meu mais puro amor.

Hoje, olhando esses dias “calmos” que nos avizinham, tenho a certeza que devo perder menos doravante. É por isso que preciso de você, amiga, que fiz e que, por tanta estupidez (minha e da vida), posso perdê-la. Mas não posso deixar isso acontecer. Porque você é parte da minha vida, da minha história, das minhas conquistas, das coisas todas que eu ganhei. Por favor, me perdoa o imperdoável. Mas não se afaste de mim porque eu não teria motivos pra ganhar qualquer segundo a mais de vida.
* * *
Esse texto é do meu amigo (e músico alagoano) Osman. Chegou num momento em que eu estava meio “perdido”, sem um certo rumo na minha vida. Fiz, claro, algumas adaptações em seu conteúdo (aproximando-o da minha realidade) para posta-lo aqui. Reflete – mais ou menos – o que sinto agora, depois desses meses...
Um abraço, Osman! (e obrigado pela força que nem você mesmo sabe que me deu!)
segunda-feira, 1 de janeiro de 2007 1 comentários

Ficando

Finalmente 2007.
Ano novo.
No Reveillon, como era de se esperar,
Vi muita gente "ficando".
É!
Ficando...
... Velhas
Ficando...
... Bêbadas
Ficando...
... Alegres
Ficando...
... Tristes
Ficando...
... Loucas
Ficando...
... Roucas
Ficando...
... Distantes
Ficando...
... Próximas
Ficando...
... Tontas
Ficando...
... Prontas
Ficando...
... Sonolentas
Ficando...
... Um "pouco" lentas
Ficando...
... Fora da área de abrangência
(ou temporariamente desligadas)
... Ficando...
... Ficando...
... Ficando...
... Ficando...
E, claro, simplesmente "ficando"
Uma com a outra.
(só não sei por quanto tempo)
Ah... Tô fora disso.
Quero estabilidade, responsabilidade,
Confiança, esperança e bem-estar.
Quero alguém pra compartilhar meu mundo;
Viver intensamente, conversar, brincar,
Ser fiel - Tô falando sério!!!
(mesmo depois dos 30...)
Namorar, namorar, namorar...
Namorar, casar, namorar...
Namorar, namorar, namorar...
Muito! E sempre!
Ter um(a) filho(a)...
É! Ter um(a) filho(a).
E por que não?
Não quero só "ficar"...
Eu quero "estar".

(Guilherme Ramos, 01/01/2007, 18h54)
 
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