terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Lágrima de Rímel (de Sonho e de Pólvora)



Era noite.
Somente isso.
E a cada gesto
Meu, seu, nosso...
As “máscaras” caíam.
Nada restou, é verdade,
Passou, como a idade;
Inacreditável como o orgulho
Da vedete, da meretriz
Que escapa - por um triz -
Da (fria) lâmina de “Jack”,
Já com um outro nome:
“Caetana” (o Nordeste é quem diz).
E, do alto de sua maquiagem borrada
Não lhe sobra mais nada,
Senão, solidão; senão depressão.
Fazer o quê, então?
Esperar, esperar, esperar...
E deixar o tempo passar.
(E o tempo passa rápido)
Aí, estranho ou não, tem-se “vontades”...
De dormir, de chorar...
De borrar e borrar e borrar,
Com uma lágrima de rímel,
O que horas se levou para terminar.
(Ou seria re-começar?)
Maquiar o vital, só lhe faz mal;
Numa vida inteira (de incertezas)
De findáveis belezas,
De atração fatal...
Entre o “Sonho” e a “Pólvora”.
Não daria certo.
Ou daria (muito) certo.
Quem pode saber,
Se resolvemos esquecer?
Fica a paródia:
“É de sonho e de pólvora,
O destino de dois sós.”

(Guilherme Ramos, 06/02/2007, 16h45)

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