terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Poesia e dor não se misturam



Poesia e dor não se misturam.
Apesar de andarem juntas (às vezes)
Seria insensato querer insistir
Em ficar com as duas por tantos meses.

É óbvio, porém trabalhoso, notar
A (aparentemente) homogênea mistura
Onde termina; onde há de começar?
Uma na fantasia; a outra, na tortura?

É melhor errar um pouco, para acertar de vez.
Sem se tornar, no entanto, uma triste figura
Quem nunca na vida, besteiras já fez?
(Confundir a tal “fantasia” com uma grande loucura...)

Poesias são como nuvens (algumas de chuva)
Que vêm e vão com uma brisa ou garoa
Mas quem anda demais (nesse tempo) e não olha onde pisa
Pode cair e se machucar (muito!) como qualquer pessoa.

Já dores, são como aulas (de matemática, por exemplo)
“P’ra que diabos vou precisar disso?” Perguntam alguns.
Quem se imagina, hoje em dia, sem esse conhecimento,
Que, tal qual o sentimento, enobrece os homens comuns?

Poesia e dor, de fato, não se misturam.
Podem até parecer, mas sejamos conscientes:
As duas só coexistem, pacíficas, nem sempre,
Por possuírem tantos caminhos diferentes...

(Guilherme Ramos, 06/02/2007, 17h48)

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