terça-feira, 14 de abril de 2009

Trechos de "Samsara"

- Não precisamos de mártires, mas de heróis. Não queremos mais ninguém morrendo por nós. Mas lutando ao nosso lado...

Era um momento decisivo para Lucas, que apenas olhava o horizonte, pensando no que chamavam de "A Guerra que Virá". Um frio sobrenatural amedrontou seu corpo. Mas sua alma - e isso era tudo o que importava - estava bem protegida. Sob o calor da coragem de ancestrais pouco comuns à compreensão humana. Lembrou-se das palavras de LaFortune e temeu concordar com elas. Afinal, havia um pouco de razão naquela loucura toda.

- Dizem que a "Era dos Heróis" acabou; que era poesia. Que os "Mártires" não combinam com a contemporaneidade, apenas insistem em existir, numa teimosia semiótica. São apenas símbolos. Uma tentativa infrutífera (e fantasiosa) de transferir dor e culpa para outrem. Chegará um dia que nenhum deles servirá - sequer - para inspirar obras de arte. É o fim, Lucas.

- O fim? - questionou-se. Não. "Ainda" não.

Afinal, tinha amigos. Para sempre. Para toda uma eternidade. Mas... não seria pouco tempo?

(Guilherme Ramos, 03/04/2009, 20h18. Em algum lugar de "Samsara: Os Filhos do Sempre", romance que - um dia - estará disponível para todos. Um desejo meu; um presente para as pessoas que amo. Ah!... Como gostaria que essa história resolvesse - de uma vez - transfigurar-se em papel e virar livro! Mas ela me provoca, provoca... e, quando tento resgistra-la, ela só me vem "a contagotas"! Paciência, penso. Paciência...)

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