sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Contos que não se contam (parte 6)

6.

E o tudo mais... só foi mais... escuridão.
- VORAAAAAAAAAAAAAAGEM!... – Gritei com o volume de um trovão.
O que me seguia deu um salto tão forte, que quase me atropela. Eu não agüentei e sentei de tanto rir.
- Isso não foi engraçado – Disse. Era um rapaz. 18 anos. Ou menos. Estava todo desarrumado, mais parecia um mendigo.
- O que diabos você está fazendo aqui? Esse local não é lugar para pivetes.
- E você acha que eu queria estar aqui? Eu fui expulso!
- Expulso? De onde?
- Da casa, brother. Aquele lugar não é normal. Tem alguma coisa estranha por lá.
- Jura? – Ironizei. – Nem notei isso.
- É sério! Eu morei por lá por anos, De repente, começaram a aparecer umas coisas estranhas, barulhos de madrugada. Tudo ficava frio, enevoado...
- Peraí... Enevoado? Tá de sacanagem, né? 
- Claro que não! Eu pareço estar mentindo?
De fato não parecia. Havia medo em seu olhar. E não foi do susto que lhe causei. Era um medo ancestral, visceral, coisa de instinto. Ele não queria se machucar, não queria morrer. Mas então...
- Como chegou aqui? – Perguntei.
- Já disse, fui expulso.
- Por quem, criatura?
- Pelos... – E não disse mais nada. – Nos seus olhos instalou-se um horror tão forte, que eu podia sentir o cheiro do medo que lhe fugia das entranhas. E isso só podia ser mau sinal...
- VORAAAAAAAAAAAAAAGEM!... – Gritou o rapaz, com a força de um vulcão.
Instintivamente, eu me esquivei. Mesmo assim, aquela sombra demoníaca passou raspando por mim, rasgando-me um dos flancos. Já o rapaz, não teve tanta sorte. A Voragem o engoliu num só golpe. E, insaciável, já armava um novo bote contra mim. 
Agora, era a hora. Era matar... ou morrer.

(Guilherme Ramos, 22/02/2013, 00h29. Mais uma parte... Do que eu não sei no que vai dar! Rsss...)

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